segunda-feira, 1 de agosto de 2011

não estava cabendo em mim

ligo o secador bem alto
preciso abafar meus pensamentos
os gritos sufocados na garganta
minhas palavras emudecidas
são apenas suspirros de dor
desespero
atenção senhores passageiros
já sei!
se conseguir gozar
pensando em você
certo que te ligo
as saídas de emergência
o que?
ali?
aqui?
onde?
em todos os lugares
te expulsei em cada bebida
em cada cigarro,
drogas
e bocas
sim bocas
algumas delas só
para vomitar o meu amor
o cabelo já está quase seco
queria ter a coragem
de abrir o peito com uma navalha
o sangue pulsando e jorrando
do corte
estou naquele meu momento
você conhece bem
máscaras de oxigênio cairam sobre suas cabeças
cadê meu ar?
levanto cambeleando
vou ao banheiro
preciso molhar o cabelo
mentira
é motivo
entorpecida com o sangue escorrendo
sugo como um vampiro
minha arte desintegrada
que falta faz um pedaço
os olhos estão secos
ja pisquei
várias e várias
infinitas
vezes
o que fazer com esse cabelo?
a voz no turbilhão não para
essa aeronave possui banheiros
a falta da posse
meu egoísmo.

porque vc insistiu em fazer feliz
uma pessoa assim?

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