terça-feira, 27 de abril de 2010

Insônia

Ultimamente,
os meus cílios pulam de tantas coceguinhas que sentem quando se encontram.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Todos na Copa

Em um intervalo da faculdade:

J- Você cola como eu colo?
C - eu colo de baixo
F- e eu de cima
J- Eu colo de lado
F-Você lambe antes de colar?
C- não costumo
J- eu costumo colar no dos outros
F- eu colo no meu
C- eu deixo retinho
F- e eu não toco muito
C - é...deixa marcas
F- que zuado, o dele é promocional não vale
J-e você ganhou o seu do papai
C- Ou você vai colar no meu joão?
J-vou
C- mas cola devagar, pra gente ir curtindo tá?

Olha a hora.. Vambora Vambora

Acordou com o despertador, os olhos teimavam em ficar cerrados, o corpo ainda estendido sobre o colchão arriscava os primeiro movimentos.Mais uma vez o irritante despertador quebrou seu rito, o seu tempo de acordar.Era tempo de correr atrás das horas. Levantou com o ânimo de quem vai a forca pela terceira vez, o ato final nunca seria realizado. Escolher a sua roupa foi um desafio, nada lhe caia bem, todas as roupas e todas as cores pareciam não se harmonizar com seu humor ainda indefinido. O tempo a fez decidir-se por um blusa que de nada lhe agradava. Tinha agora, com o tempo perdido em inúmeras trocas de roupas, dez minutos para o café da manhã. Pensava tristemente:bem o café que tanto gosto. Sentou-se sozinha, preparou uma xícara grande de café e um pedaço de pão. Enquanto mastigava, mirrava fixamente o relógio pregado na parede.Tic-tac tic-tac. Correu para terminar sua higiene pessoal e mais uma vez deteu-se frente ao espelho. Não gostava da blusa. Resolveu se dar mais uma chance, a úlitma, a tentativa mais que encima da hora. UFA! dessa vez, pela primeira vez no dia de hoje abriu um sorriso para si mesma. .Trocou,gostou e saiu pensando que sua segunda-feira podia começar bem.

domingo, 25 de abril de 2010

eu não sou frágil ponto

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Não alimente seus amigos

A formiga mora ali
e a cada açuquinha
que o pequeno João
derrubava
ela pegava

A formiga mora ali
e o pequeno joão
não percebeu
que de grão em grão
a formiga engordava

A formiga mora ali
e o pequeno João
quando notou
o tamanho do grão
aumentou

A formiga mora ali
e um dia não resistiu
sua diabetes
explodiu

A formiga não mora mais ali
e o pequeno João
está com o grão
na mão.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Juliana

Juliana caminhava lentamente pela rua e sentia o peso de sua mochila nas costas, carregava todas as suas coisas tanto as que gostava como as que, segundo ela, representavam sua existência. A garota andava assim solitária sem muita vontade e sem muita fala, procurava a cada rua, em cada esquina, o local em que ela havia deixado de existir.
Na mochila, ao fundo colocou uma toalha em qual muitas vezes enxugou suas dores, sempre tinha essa impressão, que naquela toalha podia liberar-se, deixar o corpo respirar,expurgava ali toda angústia que a consumia por dentro. Enrolada em uma toalha menor repousa uma caixinha, outra fuga. Juliana buscava na tortura de suas pernas, barriga e pulsos sua razão, brigava contra o seu entorpecimento.Ela apenas queria sentir alguma coisa, e como já não sentia nada que fosse o corte então seu melhor amigo.
Logo acima, gentilmente protegido em um saco plástico estava o livro da sua infância, ela acha que achava importante preservar sua criança interior e como não sabia ao certo como se faz isso, decidiu carregar em sua jornada seu livro preferido e assim poder reler sempre que julgar necessário. E foi atráves de julgamentos que ela decidiu que seu caminho precisava de uma lanterna, e comprou uma bem forte, daquelas modernosas, cheias de lâmpadas pequenininas e potentes.Como precaução ocupou as laterais da mochila com pilhas reservas.
Completou a mochila com algumas pedras, o cansaço seria importante, ao suor associa-se trabalho duro, transportava consigo o peso de estar pesada.
Na mão leva um bloco de notas e um lápis, não o tira do papel em momento algum porém também não escreve uma plavara que seja,apenas marca com um traço qualquer cada passo que dá. Juliana procura preservar sua sanidade para virar a próxima esquina. Ela nunca sabe onde poderá estar.
Ando assim
sumida
de mim

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Acontece

Travar

sentir a cabeça girar
a língua enrolar
o cabelo arrepiar
o olho inflamar
e o buraco teimar
em fechado ficar

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Essa sou eu?

Ultimamente me questionava o quanto do que escrevo sou eu. Quanto da minha vida utilizo nos meus textos?

Quem veio ao meu socorro, foi Milan Kundera.

"Que tenha escrito rápido ou devagar,sobre o joelho ou então em cima de uma mesa, você só pode ter escrito o que estava dentro de você" (pg.53)

Opa.. então tudo isso sou eu.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pensando bem..

Ela ainda não parou para pensar o que aprendeu com o que viveu, só tem a certeza de que nada é por acaso. e desta vez o acaso foi a chave, o elo de ligação de dois seres separados, dois mundos paralelos. Ela, em seus momentos com ele, se entregou.Enganou-se achando que poderia estar se apaixonando.Ele, não desceu do salto no seu tom meio imparcial. Daqueles que negam nas palavras o que os olhos insistem em gritar. O fato de o rosto e o jeito de ele a lembrar outro, uma memória longínqua de primeiro amor não a incomodava, a princípio. Ela enganou-se mais uma vez achando que poderia namorar ele. A semelhança crescente gerou um estranhamento, esse por sua vez uma conversa. Ele revela a ela, que ela também o lembra outra. Agora é o acaso dos passados. Ela ri, ele permanece em seu estado gelado. Enquanto ela está perdida na sua risada engana-se achando que a relação vai dar certo. Silêncio. Ela o encara nos olhos, entende que nunca o viu realmente assim como algumas línguas insistiam em dizer, via apenas a sua lembrança.Ela decide terminar tudo.

- Já somos marcados.Tentamos reviver no outro as lembranças, e é apenas isso.Só.

Barulho.org

Confira a conversa com o pessoal barulho.org (www.barulho.org) e não perca o próximo acontecimento barulhento.

sábado, 10 de abril de 2010

Anda Anda Andarilho

um andarilho,
na sacola além de alguns trapos,
um queijo branco, comprado em minas
e um restinho de goiabada.
um andarilho que caminha feliz,
por colecionar historias e
por levar nos ombros
o seu romeu e sua julieta
*Desenho: Natalia Lemos

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Todos fazem aniversário... até o blog.


Nada como comemorar a marca de 100 postagens com um presente de uma pessoa querida.
Obrigada!

HOMENS...

Você pode deixar essa mesinha aqui no centro mesmo, tá? Hum... Agora que to pensando bem... Será que eu não vou esbarrar nela toda vez que eu passar? Que você acha Mari? Mariii?? Bom, eu vou te alugar só por mais uns instantes, você pode colocar ela ali no canto esquerdo? Isso. Isso aí, acho que aí eu gosto. Mari, tá no canto esquerdo. Nossa que memória a minha, a Mari vive dizendo que de acordo com o feng shui mesinha desse porte não pode ficar no lado esquerdo, mas... hum... Ali no direito não cabe, né? Você que é o especialista o que sugere? No centro mesmo...? Tá pode ser. Volta lá então. Não consigo decidir sozinho, acho que vou esperar a Mari sair do banho. Ah,você precisa ir? Tudo bem... Faz assim.. Deixa ali no corredor que depois a gente dá um jeito. Brigadão.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Teatro para Alguém

Confira a entrevista que realizei com o pessoal do site teatroparaalguem.com.br durante a exibição ao vivo da peça " Doido" de Elias Andreato.

Agradecimentos

Site teatroparaalguem.com.br

Renata Jesion

Luciana Siqueira

Nelson Kao

Zémanuel Piñero

Lucas Pretti

Márcio Ferreira

Novas Tecnologias nas Artes

Camila Garcia

Natalia Lemos

http://www.teatroparaalguem.com.br/

terça-feira, 6 de abril de 2010

Fertilidade

Da janela do quarto o meu olhar é atraído por uma luz que insiste em acender e apagar.Uma luz, cuja a coloração me é estranha, está localizada ao horizonte em meio a algumas árvores. Me aproximo da janela, tento definir da onde ela vem, se é uma casa, um prédio ou um ser de outro planeta. Meus relógio parou nesse instante.Inúmeras possibilidade do que pode ser veêm a minha mente. Será que alguém está tentando se comunicar? Sou a única atraída por essa luz? Onde estão meus companheiros curiosos? Forço ainda mais o olhar, a vista cansada doi, a curiosidade começa a dar lugar ao desespero a medida que a luz acende e apaga cada vez mais rápido, começo a criar as hipóteses mais mirabolantes, alguém sequestrado pede ajuda e é a minha ajuda, pois só eu estou presenciando esse fato. O que devo fazer? comunicar as autoridades de uma luz suspeita ao meu horizonte? A luz não para, pisca pisca insesantemente, começo a suar frio, minhas mãos já estão próximas ao telefone, sinto que alguém necessita de socorro, isso só pode ser um grito dsesperado.No desespero o ser humano é capaz de loucuras.Eu, no meu mundinho egocêntrico protegido estou sendo requisitada a atitude, sou chamada a ação pela primeira vez e isso me enobrece, por fim decido telefonar a polícia. Não demora muito vejo a luz ao lado começar a piscar no mesmo ritmo, me detenho ao telefone. Será que o assassino anda com sua vítima pela casa? e faz sempre o mesmo gesto? impossível..
Logo mais uma luz, e aos poucos as árvores e o horizonte se enchem de luz piscando até parece época de natal, fico apática, sem entender.Será um crime organizado e esse o sinal da fuga?
Ouço ao longe chegando um helicóptero, eu sabia que a coisa era séria, uma enorme tristeza me invade, eu vi primeiro eu não tive a coragem necessária para fazer algo, alguém fez por mim. Inútil. Finalmente decido colocar a cabeça para fora da janela, e reparo que muitos vizinhos já estavam fazendo o mesmo há um tempo. que diabos está acontecendo? tento então me acalmar com a chance de assistir a um resgate de camarote. Entendi que esse seria um momento de compartilhar com toda a família, chamo mãe, pai e irmão porém nenhum comparece. Da sala escuto gritos eufóricos de torcida, vou até lá.
- Nosso bairro tá na tv.
o helicóptero está registrando todo o acontecimento, imagino eu.


Não demorou muito para escutar a voz de Galvão Bueno pedindo acenos e mais piscadas de luz.
A câmera focada em meios as árvores.Corri para a janela e vi todas piscando como em uma dança.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Estou brincando de pingue-pongue.
Ora digo que sou o que sou
Ora digo que não sou mais o que disse que sou


se ao menos eu soubesse o que é ser!

Império Romano

entre goles de café, escrevo.Enquanto isso lágrimas escorrem pela minha face borrando a maquiagem. A cada gota salgada uma dor, uma tristeza.O sal arde nas minhas feridas abertas. Na confusão de gostos, desejos e consumos sangro.O tempo é imperdoável. O que foi a minha vida agora está desmorrando em cima de mim, não quero me deixar soterrar e muito menos sobreviver nas ruínas.Vou correr para longe daqui e descobrir um novo lugar para habitar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

(pessoa)

As peças estão soltas. O quebra cabeça cobre todo o nosso chão. Nós somos os nossos enigmas.Que delicioso prazer seria desvandá-lo, hoje porém me restrinjo a suas pequenas mãos.
Não existe no mundo injustiça mais consentida do que o amor. Avançar e recuar, a marcha que não quer engatar. Sinto algo entalado na minha garganta. Ao mesmo tempo que quero pronunciar seu nome, expressar as semelhanças e crescer nas diferenças, um estrondoso ruído em algum canto me segura, estremeço, congelo. Sei que prefiro a imobilidade, a inação me fascina por não me exigir respostas. Nem sei ao certo quais são essas perguntas. Deste encontro levo comigo o sonho, que sonhamos juntas.