quarta-feira, 21 de abril de 2010

Juliana

Juliana caminhava lentamente pela rua e sentia o peso de sua mochila nas costas, carregava todas as suas coisas tanto as que gostava como as que, segundo ela, representavam sua existência. A garota andava assim solitária sem muita vontade e sem muita fala, procurava a cada rua, em cada esquina, o local em que ela havia deixado de existir.
Na mochila, ao fundo colocou uma toalha em qual muitas vezes enxugou suas dores, sempre tinha essa impressão, que naquela toalha podia liberar-se, deixar o corpo respirar,expurgava ali toda angústia que a consumia por dentro. Enrolada em uma toalha menor repousa uma caixinha, outra fuga. Juliana buscava na tortura de suas pernas, barriga e pulsos sua razão, brigava contra o seu entorpecimento.Ela apenas queria sentir alguma coisa, e como já não sentia nada que fosse o corte então seu melhor amigo.
Logo acima, gentilmente protegido em um saco plástico estava o livro da sua infância, ela acha que achava importante preservar sua criança interior e como não sabia ao certo como se faz isso, decidiu carregar em sua jornada seu livro preferido e assim poder reler sempre que julgar necessário. E foi atráves de julgamentos que ela decidiu que seu caminho precisava de uma lanterna, e comprou uma bem forte, daquelas modernosas, cheias de lâmpadas pequenininas e potentes.Como precaução ocupou as laterais da mochila com pilhas reservas.
Completou a mochila com algumas pedras, o cansaço seria importante, ao suor associa-se trabalho duro, transportava consigo o peso de estar pesada.
Na mão leva um bloco de notas e um lápis, não o tira do papel em momento algum porém também não escreve uma plavara que seja,apenas marca com um traço qualquer cada passo que dá. Juliana procura preservar sua sanidade para virar a próxima esquina. Ela nunca sabe onde poderá estar.

Um comentário:

Debora Gepp disse...

Corro perigo como toda pessoa que vive, e a única coisa que me espera é exatamente o inesperado.