quarta-feira, 24 de março de 2010

cuca fundida

Hoje estava a caminho da faculdade e me deparrei observando um menino com seu cachorro sentado na calçada. O cachorro tinha o rosto apoiado em sua perna, seus olhinhos eram tristes e enfermos, ao longo do seu corpo bandagens brancas cobriam ferimentos e uma manta caia por cima como que para finalizar os cuidados. O menino permanecia imovél, a expressão vazia nos transeuntes atrasados.
Logo entendi que esses dois esperavam juntos pelo atendimento veterinário, e o silêncio imposto era tão preenchido que ambos se permitiram apenas estarem ali,presentes....inteiros.
Embora eu não saiba mais para contar sobre essa história, seu desfecho e muito menos  o seu início, fui e voltei refletindo o maluco ciclo de vida na qual fomos espirrados.Nascer e morrer.São dois extremos tão próximos que se distanciam pelo intermédio de ter de viver. E para o viver não há outra alternativa.Ou vive-se perambulando à espera da morte, ou tomamos nossas rédeas e nos fazemos roteiristas, produtores, diretores e protagonistas de nossa história.Vive-se em busca da presença no seu estado genuíno, do preenchimento em sua versão mais abarrotada.Vive-se por inteiro.


Somos na matéria o que queremos ser em espírito?

2 comentários:

Victor disse...

Não! o espírito é muito mais!!! a carne é só um teste ! =D

casadocupcake disse...

sem palavras pra tudo que voce escreve..simplismente me encanta!