segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Paula está largada no sofá, segura em uma das mãos um copo de plástico, na outra quase caindo está a garrafa de alguma vodka barata, já pela metade. Ele está em pé ao seu lado, ainda cabisbaixo mete as mãos no bolso da calça, dá um suspiro longo. Ela murmura qualquer coisa, de certo está reclamando de alguma coisa, ela sempre reclama.
Lentamente começa a caminhar pelo apartamento, as lembranças vão e vem, de hora em hora sente o choro intalado em sua garaganta " Nem gritar adianta, não tem mais jeito, olha só.. ela nem liga, não dá a mínima".
Sua coisas já estão empacotadas á sua espera perto da porta, antes de ir decidiu despedir-se,achou que devia isso á ela, não! a ela não, a ele. Se fazia, fazia por ele.
Aproximou-se dela, que acabara de virar mais um copo, passou as mãos pelos seus cabelos, esses mesmos que em outro tempos foram acariciados,puxados, molhados e dominados por ele, gentilmente deixou seus labios cairem sobre a sua testa, e com lagrimas nos olhos, lhe deu o seu ultimo beijo, o beijo de adeus, o beijo de acabou, o beijo da morte.
Ele a largou no sofá.
Antes de bater a porta, ainda teve forças de encara-la em tal situação.
- Ao sair, bata bem a porta. Tá um frio desgraçado ai fora, não quero que entre pela frestinha.
- É uma pena que seja assim. É uma pena que vc seja uma pessoa que possui esses malditos genes. Esses tais genes de superficialidade.

Essas foram as sua ultimas palavras antes de bater a porta.

Na manhã seguinte, Paula levantou com terriveis dores de cabeças, além é claro do enjôo. Eram por volta das 10h, quando ouviu o ranger da porta. Era ele, ele tinha voltado, ela queria correr para os seus braços, dizer como estava feliz ao vê-lo, pedir perdão,dizer, afirmar que ao contrario do que ele pensa, ela o amo, ela não tem genes de superficilidade, ela o amo com todo o seu corpo, em todos os seus poros, mas...

- Esqueceu alguma coisa???

Não conseguiu fazê-lo.

- esqueci sim.. eu esqueci de dizer que eu amo tudo que doi em vc!

Com um sorriso no rosto, Paula pensou; "ele sempre volta, nós não somos um casal de revista, somos reais, somos prisioneiros da paixão, somos complementares, elementares, pares!"